quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Minha Mãe= Gente Ligada ao Rio Douro= Midões - Cancelos

Só se morre, quando se deixa de estar no coração de alguem

Pode não ter sido uma Mãe Santa, mas foi uma Santa Mãe


Tipo Rock Kudson
Filho da Escola
Recordação
C O N F I S S Ã O:-
= SE ATÉ AO FIM DOS MEUS DIAS NÃO FIZER MAIS EM PROL DA DIVULGAÇÃO DOS PITORESCOS LUGARES DE CANCELOS E MIDÕES É PORQUE TAL NÃO ME FOI POSSIVEL = DE ENTRE OS QUE GOSTO MUITO, ADORO ESTES DOIS LUGARES E SUAS GENTES .A QUEM MUITO DEVO DAQUILO QUE SOU.
» HISTÓRIAS QUE FAZEM A HISTÓRIA DOS LUGARES ABITUREIRA SEBOLIDO NO TEMPO EM QUE PERTENCIAM Á FREGUESIA DE CANELAS«
Por volta do final do século dezassete, mais concretamente a partir do ano mil seiscentos, eram então caseiros da Quinta da Abitureira o Senhor Manuel Francisco, natural de Gondarêm-Raiva e aquela que passaria e sua Esposa de nome Maria da Rocha Natural da Freguesia de Canelas, pertenciam a esta Freguesia os então Lugares de Abitureira e Sebolido. A Quinta da Abitureira,(que dava o nome ao citado Lugar) e ((da qual existe várias Lendas) e sido pertença da alta Casta da Sociedade Monárquica)) era dotada de Lagar de Azeite, Lagar para fazer Vinho e Moínhos de Moagem de Farinha e posteriormente aquando do transporte do Vinho do Porto ali construída uma das primeiras Linguetas no Douro, onde passou a ser armazenamento do Vinho do Douro. Foi aqui que nasceu o senhor Francisco Rocha que viria a casar em 8 de Novembro de 1705, com a Senhora Ana Àlvares, natural de Aguiar de Sousa, local onde ocorreu o casamento e onde lhes ali teria nascido o seu primeiro filho. Pois naquele tempo era uso os casamentos se realizarem na terra natal da noiva. Certamente não resistindo ás saudades da sua Terra Natal, acabou por a ela regressar.
Deste casamento onde terão havido vários filhos, (já que era a fruta do tempo) de entre os quais o Senhora Paulo da Rocha, nascido em Sebolido e que viria a casar com Dona Luisa da Fonseca Natural de Cabroelo /Capela , filho de Manuel da Rocha de Cabroelo/Capela e de Maria de Freitas de Sebolido sendo que deste enlace nasceu o Joaquim Rocha que nasceu em 9 de Abril no ano de 1799. Ainda muito novo e á procura de uma vida melhor fixou-se em Oliveira do Douro em Vila Nova de Gaia. Por ser natural de Sebolido e num auto louvável não escondeu as suas origens( Como infelizmente muitos outros e ainda nos dias de hoje o fazem) e como tal passou a ser tratado como o Manuel Sebolido. A alcunha foi passando para os seus familiares, mais tarde uma neta sua era tratada como Ana Sebolida. Isto deu aso a que em frente da casa onde viveu o Joaquim Rocha, ainda hoje seja conhecido e tratado pelos mais antigos, como largo ou cruzamento "a Sebolida" "ou á porta da Sebolida". Neto paterno de Luisa da Fonseca, de Cabroelo, e de Paulo da Rocha, de Sebolido e materno de Bartolo da Rocha e de Leonor Freitas, ambos de Sebolido. É tal a honradez e orgulho que sentem pelos seus descendentes que mesmo passadas estas Gerações do Joaquim Rocha os seus familiares ainda hoje conservam e estimulam essa alcunha.
Resta-me agradecer ao seu descendente Daniel Sousa sendo seu familiar em 5ª geração, me facultou todos estes dados e autorizou a sua divulgação.

A Foto Mostra dois Rebentos das Velhas Oliveiras em Cancelos Com Azeitona Boa e Abundante

LONGOS ANOS POR OUTRAS PARAGENS FOMENTARAM -ME ESTA ENORME PAIXÃO
»Um relatório da Junta Geral do Distrito referente a 1855 refere:
O maninho de Sebolido na extênsão de cinco quartos de Légua de comprido, por três quartos de largo, o qual produz Mato, Sobreiros e Oliveiras, sendo susceptivel de aumentar-se a sua arvorização.
Nesta data na Freguesia de Sebolido, próximo ao Rio Douro, há vários terrenos aforados identificados como Olivais.
Muitos são os relatos de aventuras e desventuras em que participaram pessoas que nos tempos mais dificeis do racionamento e manifesto obrigatório negociavam clandestinamente azeite, transportando em malas forradas interiormente a folha ou em pipas como de vinho se tratasse, movimentadas de noite pelos caminhos do monte sujeitos a todo o tipo de falsificações.
A penúria extrema pode nesta matéria, ser simbolizada pelos pobres que na quadra do Natal íam de porta em porta, pelas casas mais abastadas da Freguesia de Sebolido com uma garrafinha na mão pedir pelos fieis de Deus para adubar a frugal consoada. (Nota:- Este procedimento foi continuado e manteve-se até aos anos cinquenta, onde eu cheguei a fazê-los durante alguns anos em criança)
Neste registo refere a existência de quatro lagares em Sebolido ( Quinta da Abitureira, Quinta da Moira, Casa Sá e Casa Rocha) e dois em Rio Mau, sendo que todos eles eram de atracção animal.
Na referência Lagares de Azeite de Penafiel consta o da casa Sá em Sebolido registo no ano1864.
O Lagar era constituído por Pio- Mó - Tarimba - Caldeira - Viragens - Ratoeira-Feixe - Sertã - Potos - Fuso - Concha - Tranca - Peso - Praça - Prensa e depósito de bagulho.
Os negociantes de Azeite foram mantendo-se e ainda nos anos de 1945 a 1951 existiam o José Pereira da Rocha, Jerónimo da Silava Martins, Manuel Lopes Gonçalves Amorim e Luisa Alves Ferreira da Rocha.
Com o desaparecimento dos Lagares em Sebolido pelos anos 5O, o povo da Freguesia começou a levar a azeitona a moer para o Engenho na Quinta de Santa Cruz, cujo feitor o Ti Albino era de Cancelos e outros ouveram que o levavam ao Engenho de Azeite existente em Folgoso.

»TRANSCREVER DA MEMÓRIA DAS NOSSAS GENTES TESTEMUNHOS DO SEU PASSADO; SERVIRÁ PARA ENRIQUECER A HISTÓRIA A VIVER O PRESENTE E ASSIM MELHOR PREAPARAR O FUTURO.«
»O acima exposto assenta que nem uma luva em mãos calejadas de gentes do outrora motivado pelo trabalho árduo na Quinta da Abitureira decorria o ano de 1712.
Era então a Quinta da Abitureira, tal como Sebolido dois lugares integrados na Fregueisa de Canelas.
Não será desvendar nenhum segredo relembrar que a Quinta da Abitureira foi pertença da casta Nobre. Infelizmente e desde há muitos anos lançado ao total abandono. Lamentávelmente e quanto julgo saber sem que a nossa Autarquia procure saber a melhor forma de desbloquear aquela situação e que seja permitido a aquisição por alguém que a venha a adquirir e lhe dar vida de novo que sempre devia ter tido. A sua morte foi um crime horroroso.
» Enquanto isso talvez relatar o seu passado , possa vir a contribuir para despertar atênções.«
=AZEITE PRODUZIDO COM ESMERO = GANHA PRÉMIO EM EXPOSIÇÃO AGRICOLA .=
Em 1857 uma dúzia de garrafas de azeite, produzido com esmero na quinta da Abitureira e enviada por Leonor Carolina Allen á exposição de 1857. (Exposição Agricola do Porto "Jornal da Sociedade Agricola do Porto" recebeu honrosos prémios.
Autárquicas 2009 em Sebolido
Disse-me quem lá tem estado e pertencendo a várias listas concorrentes, que até ao dia de hoje era impensável tal acontecimento na pacata e hospitaleira Freguesia de Sebolido, onde o seu número de Eleitores não chega aos milhares.Principalmente e quando ainda no passado dia 3 em Rio Mau, as campanhas dos Candidatos, metendo o Quim Roscas e parceiro do Telerural, o Poorco assaado e muito mais.Certo que a Freguesia ficolu mais poluída, já que as caravanas da Lista Independente a ColigaçãoPSD/CDS, os Candidatos Camarários e lista concorrente á Assembleia de Freguesia de Sebolido fizeram circular durante horas inúmeros carros.Um observador atento e que ideológicamente não está ligado a nenhuma destas candidatura, já que delas seguramente sairá o Presidente da Junta de Freguesia de Sebolido, o Presidente da Camara Municiapal de Penafiel e o Presidente da Assembleia Municipal de Penafiel, apenas terá um forte desejo e não esitar em fazer um apêlo ou se for mais importante um p+edido:- Que independentemente de quem for eleito para nos Governar, passem a ter a respeitabilidade de todos os Sebolidenses independentemente de serem os eleitos nas listas em que votaram. Pois o povo é soberano e a maioria a escolherem os seus representantes merecem esse respeito.Aos que forem eleitos que dispam as roupas da partidarite e que se empenhem mais e reconheçam que a Freguesia de Sebolido e os Sebolidenses, não podem continuar a pagar facturas para as quais não contribuem.Quem já conta largas dezenas e conhece a sua história com mais de 300 anos, sabe que esta freguesia e suas gentes laboriosas e hospitaleira e se calhar o seu grande pecado, sempre foi vitima e prejudicada .Primeiro quando integrada como lugar na Freguesia de Canelas, depois quando se tornou Freguesia de de bom grado recebeu a integração do Lugar de Rio Mau, que voluntariamente e fazendo crer que o fazia num gesto de boa vontade e de elegante vizinhança, sempre levou o melhor quinhão, deixando quando muito para não se tornar alarmante umas migalhas e sempre porque eram maiorias e tinham os Senhores tais sempre ocupavam os Lugares chaves que lhe permitissem dividir o bolo a seu belo prazer. Souberam habilmente fomentar em Sebolido os grupinhos de divisão enquanto entre si souberam cimentar a união e amor ao seu lugar. Tenho pelo povo Rimauense uma enorme admiração e estima e em muitos casos forte amor, mas sei que aqueles a que me refiro encontrei-os na própria história do Historial e não é conclusão minha.Pelo que não será demais um apelo a quem nos vai Governar que dediquem um pouco mais de atênção a esta freguesia e que propocionem condições e meios para que Sebolido tenha o mesmo direito a desenvolver-se ao nivel das restantes 37 Freguesia do Concelho.= Também não duvido que para que tal aconteça, as gentes de Sebolido têm de acabar com a fomentação da divisão e unir-se para reapróximar todos os Conterraneos e por todos juntos sermos muito poucos, mas que sirvamos para passarmos a auferir daquilo a que por direito próprio nós e a nossa Freguesia merece.Nós passamos as gerações vindouras farão a história e serão justas na sua avaliação.
»SEGURAMENTE TEREMOS DE TRABALHAR NO SENTIDO DE TORNAR A NOSSA TERRA NUM LUGAR ONDE TENHAMOS ORGULHO E CONDIÇÕES DE CÁ PODERMOS VIVER « Como Secretário da Direcção do Centro Recreativo e Cultural de Sebolido, pugnei para que todas as Forças e Coligações fossem tratadas rigorosamente igual.
= Durante várias anos tem a Colectividades saído prejudicada pelos ataques constantes em épocas Eleitorais.
= Acreditava que fosse possivel deixarem de lado certos preconceitos e dispusessem da Colectividade como um enorme legada pelos nossos antepassados, e onde muitos de nós começamos a dar os primeirois passos na Educação e nos ministraram ali uma Educação que nos permitiu resistir e ser exemplo durante as largas dezenas de anos que já contamos.
= Fui rigoroso na entrega do documento que disponibilizavamos as Estalações para eventgos partidárias em conformidade com a lei, no tempo que durava a pré-campanha e Campanha dos dois actos Eleitorais.
= Os actos ficam sempre com quem os pratica.
= Contudo com Director do Centro Recreativo e Sebolidense não poderei deixar de lamentar profundamente tal procedimento.
= Quando falhamos estamos sempre a tempo de corrigir e indeferentemente de quem for eleito Presidente da Junta da minha Freguesia de Sebolido, ponha de arte todas as querelas pessoais e apoie a Colectividade que é um dos mais significativos exemplos dos nossos antepassados.
Oito anos sem qualquer tipo de apoio do nosso Executivo, é uma pena demasdiada pesada.
= Se esta justa cooperação se vier a concretizar por quem vencer as eleições, terão a minha total solidariedade, de contrário o problema de não subsidiar o Centro Recreativo e Cultural de Sebolido será sempre um ponto de discórdia.
HISTORIAL DE HISTÓRIAS QUE MUITO EMPOBRECEM O NOSSO PATRIMÓNIO ANTIGO

= DEGRADAÇÃO DE PATRIMÓNIO=


A FOTO MOSTRA ALGUM DO PATRIMÓNIO EM RUINAS, DESTRUÍDO PELO FOGO

»DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DO SEU PROPRIETÁRIO CUJO FIM ELE ESCOLHEU, A SUA HABITAÇÃO EM DEGRADAÇÃO TOTAL FOI DESTRUÍDA PELO FOGO.«
Não tivesse ocorrido a eficaz intervenção das Autoridade Local, da População e dos Bombeiros e a casa que acima se vê na foto teria tido o mesmo fim, já que ela também se encontra em completa degradação.
OS POUCOS CANCELOS/SEBOLIDO VÃO PERDENDO TRAÇOS REAIS DA SUA HISTÓRIA
Ainda muito recente uma outra habitação na Rua da Praia e Junto ao Rio teve a mesma sorte e também ela pela total degradação a que se encontrava no momento do incêndio.
=A FOTO ABAIXO CONTRARIA O ABANDONO E A DEGRADAÇÃO DAS CASAS ANTIGAS=

Com a devida vénia apresento a foto do Manuel Correia dos Santos de Sebolido em Fotografia
Nesta casa e onde se encontra o Barco Valboeiro Fundeado, Remontam gratas Recordações que desenvolverei em Pesca Artesanal e Recordações de Criança.
FELIZMENTE QUE A CASA FOI RECONSTRUÍDA E CONSERVA A SUA ORIGINALIDADE
Rebocador levando uma Grua em cima de Plantaforma ao lado um Cargueiro, depois de ter prestado serviço, Construção da Nova Ponte no Douro. Foto obtida Frente á encosta de Midões


=Rebocando uma plantaforma com uma máquina que esteve em serviço em Crestuma, para preparar as margens no Rio Douro, para a realização do campeonato do Mundo de Canoagem. Foto obtida na Encosta de Midões.
A FOTO MOSTRA AS GRUAS NO GRANDE HOTEL DAS FONTAÍNHA O RIO DOURO E A FREGUESIA DE SEBOLIDO
REBOCADOR REBOCANDO UM BATELÃO FRENTE Á ANTIGA PESQUEIRA DO ATOLEIRO

A GRUA QUE FOI TRANSPORTADA RIO DOURO ABAIXO CONSTRUÍNDO A NOVA PONTE
NAVIO DE TRANSPORTE DE TURISTAS, NAVEGANDO JUNTO Á PESQUEIRA DA AÇORDA
PAQUETE FERNANDO MAGALHÃES, NAVEGANDO FRENTE A QUEBRA -FIGOS
RIO DE ATRACÇÃO FATAL, CANCELOS UMA BELDADE. A MINHA LINDA CASINH




Transporte Rio Acima Frente ao tapado do Coelho vindo de Trabalhos nas Vermas do Douro


FOTOGRAFIA DA CAPELA MORTUÁRIA, TANTA POLÉMICA - PELA DISCÓRDIA DA SUA IMPLANTAÇÃO JUNTO AO CEMITÉRIO E DISTANTE DA IGREJA MATRIZ DE SEBOLIDO
= FOTOGRAFIAS DE NAVEGAÇÃO NOS TEMPOS MODERNOS RIO FRENTE A CANCELOS=
RECORDAÇÕES TEMPOS DE CRIANÇA QUE A MEMÓRIA NÃO DEIXA QUE SE APAGUEM.
=UMA PAIXÃO QUE PERDURA.=COMPANHEIRISMO MARAVILHOSO=

Uma Fotografia com cerca de cinquenta anos e que já andou por Terras da Guiné em 1968/1969, quando o Joaquim Ferreira que está na fotografia lá prestou serviço no Exército.
Foto:
Tirada no Penedo junto ao Eucalipto grande no S. Domingos da Serra. Ao Lado Direito a Freguesia da Raiva, de frente o Rio Douro, vendo-se o areio Dórtes desde a Pesqueira da Açorda um pouco abaixo de Quebra-Figos.

« SAUDADE QUE PERDURA. BOM BARQUEIRO VINDE-ME PASSAR PARA OUTRA BANDA BARQUEIRO- BOM BARQUEIRO = VENHA ATRAVESSAR- ME DE MIDÕES/ABITUREIRA

= MARAVILHOSAS RECORDAÇÕES DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA »
=EM TODOS OS TEMPOS O AMOR VERDADEIRO SERÁ SEMPRE UM TEMPO GANHO=








Retratista dos meus tempos de criança, ainda hoje existente



Ontem 27Junho2009 e quando me encontrava de serviço no Bar do Centro Recreativo e Cultural de Sebolido em regime de voluntariado por ser Director e para que a Senhora funcionária tivesse o prazer de conviver com os seus familiares numa festa intíma.
Duas Jovens Irmãs entram e começam a contarem histórias que o seu Pai lhes contou várias vezes.
Contavam as traquinices que fazia quando era criança e as alcunhas de quem o acompanhava. Sendo certo que em muitas delas fomos adversários, pois escolhiam-se equipas as quais eram escolhidos um de cada vez e para cada equipa.
Devo confessar que me impressionou a forma como as contavam e a alegria que deixavam transparecer, foi maravilhosos recordar.
Falavam do Fanuca e do Malô, sendo que era a mesma pessoa em tempos diferentes.
Quando terminaram disse-lhes que o protagonista era eu.
Pediram-me para que lhes contasse mais, porque queriam surpreender o Pai.
Acedi e tive senprme alegria e satisfaação ouvir rasgados elogios e admiração, quando algumas delas já contam mais de 60 anos.
Prometi-lhes que começaria dentro do mais breve possivel continuar a escrever as minhas histórias de Criança onde mencionaria o nome dos participantes, para que mais fácil lhes seja identificarem o seu Pai.
São estes dasafios sérios e motivadores que nos levam a que cada dia que entra mais nos apaixonemos pelo nosso passado e nos preparemos para manter a nossa mente limpara de forma a que não deixe apagar o registo do passado.
Leilões em Sebolido

Quando no passado Domingo elementos, da Comissão de Festas em honra do Oráculo S. Paulo me bateram à Porta, disseram ao que vinham falando que tinhamos de ser briosos, porque o nosso Lugar em todos os tempos o tinha sido.
Fiquei maravilhado ao relembrar-me de um , leilão ocorrido má muitos anos, e no qual por exigência do povo deste pitoresco e acolhedor Lugar apenas e só para conseguir mais dinheiro decidiu fazer cortejos em separado. O Povo da parte de cima da Freguesia, sempre muito preocupado com possiveis independências, não ficaram nada satisfeitos com a ideia.
Mas estava decidido e o povo pescador tinha personalidade própria e quando decídia era para concretizar.
Cancelos era forte, tinha poder de decisão e como tal de nada valeu os queixumes e tentativas de boicote.
Tinhamos excelentes executantes músicais. Quem desse tempo não se lembra do Serafim Quedas, do Ganso, do Acordeão do Ribeiro, das Violas e Cavaquinhos dos Correias e o Imortal Quim Ferreira ensaiador do Rancho de Sardoura e posteriormente do de Castelo Paiva.
Tinhamos e temos o orgulho do Senhor do Bonfim e a Torre da Igrteja serem mandadas construír por dois Cancelenses.
A Loja do Porco do Ti Manel Guerra, foi o local escolhido para os ensaios.
Foi tudo organizado ao pormenor.
Terá sido das coisas Culturais mais maravilhosas que a Freguesia já viveu.
Para melhor compreender a História deste Lugar, necessária e fundamental carece de uma Pesquisas exaustiva, para que em tempo algum se possa questionar os relatos e conclusões a que o autor possa ter chegado.
Nos relatos primórdios do Lugar de Sebolido, Quinta da Abitoreira, o Lugar de Cancelos é referência, nos relatos posteriores, e por castas Monárquicas, o citado lugar deixa de ser referênciado e passam apenas a constar o de Sebolido e Abitoreira.
Aquando da separação da Freguesia de Canelas,Sebolido passa a Freguesia e passa a contar apenas com o Lugar da Abitoreira.
Nos registos disponiveis não foi possivel encontrar os motivos porque Cancelos não consta, ainda como não se sabe quando foi de novo reintegrado.
Rio Mau que pertencia á Freguesia de Santa Eulália de Pedorido, por vontade própria, deixa de pertencer e integra-se como Lugar da Freguesia de Sebolido.
Nos testemunhos recolhidos por testemunhas ainda vivas e com cerca de noventa anos, com uma lúcidez de memória impressionamento, foi possivel conhecer as origens dos seus antepassados e que remontam a mais de dois Séculos.
Esses antepassados sempre falaram do seu Lugar, muito provávelmente ignoravam que o nome do lugar não constava em registos.
Muito provávelmente porque as castas tinham mais interesse que pelo brasões adquiridos assim fosse.
Os Marinheiros dos Barcos Rabelos, sempre chamaram ao Lugar de Cancelos, "Cancelinhos", diziam eles que esse era o nome que os seus antecessores lhe tinham ensinado.
Para uma melhor ilucidação importante se torna referir o nome e as familias residentes no fundo de Cancelos. ´
= RECORDAR É VIVER DUAS VEZES =
=MUNDO MARAVILHOSO DOS MEUS TEMPOS DE CRIANÇA E ANOS SEGUINTES =
=RECORDO COM ENORME FELICIDADE DOS BONS TEMPOS VIVIDOS EM CRIANÇA - FOI UMA GERAÇÃO ÚNICA - A CHAMADA GERAÇÃO DE OIRO.
Ao Longo de décadas tive o privilégio de conhecer e conviver com inúmeras pessoas.
Foram convivências com Gentes de todo o nosso Portugal.
Passamos horas a fio a falar do que foram e como foram vividos os nossos tempos de criança e como eram partilhados.
»Por muitas e importantes razões é importantissimo fazer-se a sua divulgação.«
»Ao fazê-lo pretendo que ele venha a servir como guia de ponderação. Muita coisa certamente não é recomendável que se façam.
Se calhar também nós não o deveriamos ter feito, mas muitas das coisas que se passaram e como se passaram, eram um desafio constante. Estou convicto que foram os nossos desafios, que decididamente contribuíram para uma maior flexibilidade de horas marcadas de entrar em casa.
=OS TOQUES DAS SANTISSIMAS TRINDADES.=
=O BADALAR DOS SINOS PARA NÓS ERA O CHAMAMENTO DO RECOLHER OBRIGATÓRIO
=NASCER EM PLENA 2ª GUERRA MUNDIAL, A QUAL OCORREU DE 1939 A 1945=

=TERÁ DITO SALAZAR. PORTUGUESES FICAREIS LIVRES DA GUERRA. MAS NÃO LIVRES DA FOME
=NASCI NUM LAR TÃO POBRE EM VALORES MATERIAS, MAS EM AMOR DE RIQUEZA INCALCUlÁVEL
=DIFICULDADES AOS MEUS TRÊS ANOS DE IDADE PARA QUE ME ACEITASSEM
Não foi nada fácil a minha integração e aceitação pelo grupo de crianças entre os 3 e mais anos, dia que não me acertassem o passo não era dia bom para eles.
Entendiam que eu não tinha o direito de participar nas brincadeiras nem ocupar os espaços que eles consideravam exclusivamente seus.
Apesar de os meus Avós Paternos serem deste Lugar e eu aqui viver tempo a meias com o Lugar de Midões.
Meus Pais compraram cerca de um ano antes uma Casa no Lugar de Cancelos o sito conhecido por Tapado do Coelho.
A mesma estava ocupada por um caseiro, que teimava em não saír.
Impuseram condições e mais condições, apesar de minha Mãe ter arrajado casa e comprometer-se a pagar-lhe um ano de renda.
Nada servia.
A lei facultava-lhes esse direito.
Foram tempos difíceis, pois a casa onde habitávamos no Lugar de Mídões,era em Terra e apenas tinha cosinha pequenissima e uma sala igual.
Já eramos dois irmãos e um terceiro estava a caminho.
= Na nova Habitação
Aconteceu um dia mais cedo do que estava previsto.
Minha Avô Chamou informando que já tinha a chave e que a Casa estava vazia.
A minha Mãe estava a preparar umas papas e nem queria acreditar no que ouvia. Prontamente carregou meia dúzia de coisas que era o que havia, a Panela das Papas e vá de atravessar o Rio e o almoço (as papas iríam ser comidas na nova casa).
Para mim era uma festa maior, pois em Midões era bastante limitado no meu raio de acção, as minha Tias e Primos não me deixavam andar no larú.
Obrigavam-me a não me sujar e outras coisas mais e isso, apesar dos meus três anos não me agradava nada.
Vir para uma casa maior e já com Soalho de Madeira, foi uma enorme alegria.
Deu para estar uns dias sem vontade de procurar arranjar companhias.
Esta prisão voluntária, foi Sol de pouca dura.Provadamente não edra passaro de gaiola.
Ao Tempo... Em Cancelos existiam um grande número de raparigas e rapazes. Seguramente o tempo em que mais crianças houve aqui no fundo do Lugar.
Haviam grandes movimentações, o único transporte existente era pelo Rio e os Barcos Rabelos, Rabões e outros, subiam e desciam e muitas vezes paravam aqui no Lugar á espera de vento.
Dificuldades acrescidas
Era frerquente a minha permanência em Cancelos em casa dos meus Avôs Paternos, mas vinha para casa deles e muito raramente saía de lá e quando acontecia era sempre na companhia deles ou da minha Prima Ana.
Talvez por isso eles não vissem com bons olhos eu andar sempre debaixo da saia delas Avó e Prima)
Quando passei a viver cá, comecei a ir sózinho, foi entaaão que comecei a ser confrontado.
Queria brincar, mas eles não permitiam nem que eu jogasse á bola ao Pião, saltar á corda, á macaca etc. Fazer casinhas também era impensável, nem tão pouco que me abeirasse deles. Quando me apróximava um pouco mais. Corriam comigo.
Esta situação durou algum tempo. Isto revoltava-me, mas eles não eram bons de assoar.
Eu também não lhes ficava atrás. Eles eram muitos e unidos eu era só.
As coisas ainda mais se complicavam em cada dia que entrava.
Treinavam-me e eu não me podia queixar. Porque tudo o que eu fosse dizer ás Mães deles ou á minha Mãe, mesmo que verdade pura passava a ser pura mentira.
Contavam tudo a favor deles, o culpado de tudo era sempre eu.
Levava deles e dos meus Pais.
Foi uma luta desigual, mas que aos poucos eu fui vencendo.
Comecei também a ajustar contas quando os apanhava isolados. Depois de uma boa trepa, ficavamos a ser amigos. Assim fui arranjando mais amigos e acabedi por ser totalmente aceite.
Eu não era um bom exemplo, era mais um tratante que entrava no grupo.
Começamos a engendrar coisas do arco da velha.
Chegavamos a surpreender os nossos progenitores,questionavam-se se seria possivel nós uns fedelhos termos capacidade para fazer as coisas que faziamos. Chegavam a acredita que cenas de traquinices que faziamos, teria de haver alguem com mais idade metido nisso.
O Mundo estava em transformação.
As conversas dos Barqueiros dos Barcos Rabelos, juntado-lhes as que ouviamos dos nossos prescadores, que não tinham grandes reservas de falarem, quando nós estavamos por perto, permitia-nos saber tudo como as pessoas crescidas.
Aos quatro anos,estavamos no grupo onde haviam outros com seis e sete.
Todos juntos fazíamos coisas levadas da breca.
Os nossos Pais que tinham tido uma educação extremamente rigída e abrutalhada, procuravam dar-lhe continuidade, convencidos que serua a melhor. Os tempos eram outros.
Eramos castigados com dureza,eramos púnidos por tudo e por nada. Isso levou-nos à teimosia e as ditas asneiras que faziamos assiduamente não lhes dava grande possibilidade de rigidez total.
Dia que não chovesse não era dia. Mas como era diário, acabamos por ficar malhadiços, a porrada já não era problema. Continuar a fazer o que bem nos apetecia.
Numa altura em que o dinheiro mal chegava para comprar um carrinho de linhas por mês, quando os apanhavamos, logo o faziamos desaparecer, para fazer rede para os Pardelhos. O problema era que as nossas Mães precisavam das linhas para remendarem as roupas e nós já as tinhamos utilizado. Era um chover constante do Pai e da mãe.
O problema agravava-se, porque deveria estar a cuidar dos meus irmão mais novos e andava sempre longe,fazia-o constantemente e a tareia certa já não era problema, a minha Mãe já evitava bater-me com a mão porque isso já dava era para ela se aborrecer e não sortia qualquer efeito. Normalmente era com uma corda, também não assustava, era um puco mais árduo quando era com uma vargasta, mas mesmo assim no dia seguinte a cena repetia-se.
Atravessar o Douro aos quatro anos e pico
Mergulhar e ficar preso na lama, ou ir nadar para locais fundos e ter-se dificuldades acrescidas era uma constante, mas os mais velhos faziam de socorristas e as dificuldades eram ultrapassadas.
Vida ocupadissima
A Vida começava muito cedo, quando o tempo o permitia. Por volta das cinco e meia da manhã havia que levantar e ir com a minha Mãe buscar um molhito de carqueja, que depois carregaria até ao areio de Cancelos para ser vendida, muitos dias chegada com a carqueja ainda tinhamos de ir ao maninho do Vale da Fonte ou Vale Escuro, apanhar um pouco de lenha para depois cozinhar.
Comecei a ter de acompanhar minha Mãe, já que o meu Irmão chegado a mim ficaria a cuidar dos meus Irmãos, pois tinha uma queda especial para isso.
Chegados, logo preparava a escapadela, pois o jogo do Peão, as corridas a pé organizadas pelo Mudo ( que o prémio era sempre a velha cavilha). Jogo da Macaca,a bola de trapos para disputa do jogo debaixo da ramada da Ti Maria Zé ou no Areio , fazer o Barquinho de Papel para navegar ou de casca de pinheiro. Preparar as bolas de lodo para a batalha do dia seguinte. Colher caixilhos para as casinhas, pois a namorada tinha que ter os ingredientes para poder cozinhar. Ir roubar fruta á Moira, á Abitoriera ou Pedregal. Eram tarefas que não podiam ser adiadas, bem como a pescaria sempre muito importante.Ainda como uma vinda cá acima para apreciar o andamento das obras da abertura da Estrada, o que não nos agradava nada, porque sabíamos que o seu funcionamento tiraria muito a Cancelos. Ainda de vez em quando uma escaramuça. Os Domingos eram ocupados a apreciar os bailaricos debaixo da ramada.
Cancelos e Midões eram um Mundo Maravilhoso.
Não havia tempo para desânimos
=OUTRAS NOTAS:-
Ainda havia outras tarefas a desempenhar tal como estar na bicha , quando no Verão a Fonte deitava pouquissíma água e a encher um caneco de água levava mais de uam hora.
Também quando o tempo o permitia era natural a travessia do Rio a nado. Para tentar passar despercebido a roupa ficava sempre escondida e íamos nus. Mas era fácil sermos avistados das nossas casas que estão implantadas a poucos metros do rio.
Na maiorfia das vezes quando chegavamos ao local de partida tinhamos o Pai ou Mãe a esperar a tareia era certa, algumas vezes de cinto e quando estavamos nús, mas estavamos tão malhados, que nada fazia doer e no outro dia as cenas repetiam-se.






























































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Avião sobrevoando a baixa altitude

Àguas para o combate aos fogos

Paquete subindo o Douro




Naça de Vime


Utilizadas na Pesca Artesanal


Naça de Rede





Agricultor de meia Tijela

Cancelos= A Vida aqui não para

Esta sim percebe do Ofício

Tirando Batatas No Tapado do Coelho em Cancelos= A SEREIA








Turismo no Douro

Embarcações embelezam o Rio em Cancelos e proporcionam uma Panorâmica Única.








Embarcações e Turistas
Um Barco de transporte Turistico e dois barquitos das Caves do Vinho, sendo rebocados
Uma das Inúmeras lanchas que nos visitam


Uma Lancha em Passeio, vendo-de a saborear as ondas um moto de àgua e seus tripulantes
Um Hotel Flutuante frente a Pedorido

Construção da barragem trouxe-nos prejuízos insanáveis. Outras coisas nos ajudam a esquecer esses inconvenientes, tal como atesta a fotografia desta embarcaçãi flutuante frente a Pedorido.

QUANDO GUARDAMOS AS NOSSAS RECORDAÇÕES DE CRIANÇA. OS TEMPOS VOLTAM





Finalmente concluída a lingueta tal e qual como antes coberta com um manto de areia fina

Panorâmica única















Douro embarcações e as margens

BARCOS ATRACADOS NA LINGUETA DOS PESCADORES /MARINHEIROS 21/03/2009.

Foi reconstruída porque com o decorrer dos anos, aos poucos as vagas e as fortes correntes a foram desmoronando. Assim repôs-se um rico historial deste pitoresco lugar de Cancelos da Freguesia de Sebolido.

Com a subida do caudal do rio, motivado pela construção da Barragem de Lever/Crestuma e a força com que as fortes vagas criadas pelos barcos de grande porte e a força com que embatiam no muro da Lingueta, foram durante todos estes anos, arrastando os grandes pedregulhos que a sustentavam.

As duas existentes na Quinta da Abitureira,(Quinta esta que já foi possuidora de (Brasões) também situada na Freguesa de Sebolido). São marcos de um historial ímpar, com alguns séculos de existência. Esta verdade irrefutável, que fazia parte da História da Escola do primeiro ciclo aqui em Sebolido.

COM QUE PROPÓSITO TERIAM SIDO AQUI CONSTRUÍDAS AS LINGUETAS

No Verão com o baixar do Caudal do Rio, a profundida era muito pouca, como tal não era possivel continuar com grnade lastro, dado o assoreamento. Como tal foram construídas estas duas linguetas para ser possivel descarregar as Pipas de Vinho do Douro que aqui eram armazenadas. Uma no Armazém da Quinta da Abitureira, a outra no Tapado do Coelho. Com o Inverno o Caudal do rio subia e o transporte até ao Porto tronava-se viável e muito mais rápido, enquanto isso as fortes correntes não aconselhavam em que determinados pontos de perigorisidade se navegasse. Elas que serviriam para ter esta importante servidão, consta que poderão mesmo sido construídas um pouco antes da primeira exportação de Vinho para Inglaterra.

Um Passeio também é aconselhável














=Vendo o enorme prazer de todos que navegam nas àguas dos meus lugares, dá-me satisfação==


Cargueiro transportando tubos para a noava ponte





























Barbo, Mugeira e Pescadores

Tudo isto é maravilhoso = É momento único poder recordar os tempos de Criança e Modernos
Sabido que no Pitoresco e acolhedor Lugar de Cancelos sempre as suas gentes no decorrer dos Séculos, o seu principal rendimento e ocupação profissional, foi a Pesca. É de inteira justiça a placa ,prestando-lhes justa e sentida homenagem, que a medsma sirva para perpetuar as suas memórias.. Bem Hajam pelo legado que nos deixaram.
Os Pescadores dirigem-se ao Barco Rabelo para trocarem Peixe por Jeropiga Dois Pescadores Colhem a Rede, o outro Pescador levanta a Tralha Superior para que o peixe não possa fugir. 4 Pescadores com a Varga, dirigem-se para o Areio, onde darão inicio à Campanha

RECORDAR É VIVER -
ERA ASSIM A PESCA ARTESANAL NOS AREIOS DE PEDORIDO, MIDÕES E DORT´S.
RELATO ILUCIDATIVO DOS APETRECHOS E PESSOAS PARA A PESCA AO SÁVEL E LAMPREIA

INTRODUÇÃO:
ESCOLA DE VIDA

Asgentes felizes são como um barco de vento favorável, onde estas gentes não estavama onde moravam, mas sim onde amavam. Seguramente amavam o seu rio.

Tal era o amor que não foi necessário o rio secar para saberem o valor da água. Homens e mulheres que nunca perderam a candura da infância. Jamais se dirigiram ao rio com a intênção de pescar. Como prova sempre levavam as suas redes.

Gentes que mesmo quando a Lua estava deitada, eles Pescadores estavam de pé e bem acordados.

È este amor que perdura em muitos dos seus descendentes.

======UM RELATO IMPARCIAL- TAL O AMOR E LIGAÇÃO QUE TIVE COM ELES = ==
Vou procurar ser o mais imparcial possivel, para que não caia na tentação de puxar a brasa em demasia á sardinha. Nasci no seio de uma grande familia de Pescadores,tanto pelo lado materno, como pelo paterno. Naturalmente e seguindo aquela máxima "Filho de Peixe Sabe Nadar". Naturalmente, também eu teria de ser pescador. Trabalhei com todo quase todo o tipo de redes que era utilizada na pesca. Sendo até que a maioria delas as preparei ou ajudei a preparar. Não será muito importante opinar, se dos Lugares e Freguesias Ribeirinhas e neste caso concreto, se os pescadores de Cancelos juntamente com Midões, terão sido proporcionalmente, aqueles que mais se dedicaram a estas lides. Ou mesmo se a sua sabedoria, superava os outros pescadores do Lugar de Rio Mau e da Freguesia de Pedorido, que quando o caudal do rio o permitia pescavam no areio de Pedorido, sendo que os de Cancelos e Midões pescavam no Areio de Midões. Quando o Caudal cobria os dois Areios, todos se juntavam e pescavam no Areio Dort´s, já que este era o maior de todos os areios ao longo do Rio Douro e como tal só em grandes cheias não era possivel pescar. Pelo que me foi dado conhecer estou convicto que todos no seu conjunto levariam vantagens a pescadores d'outras paragens. Já que as suas ligações com outras tarefas eram constantes.

CONSIDERAÇÕES :-
Por mim conhecendo os pescadores destes lugares,(tendo pescado com os maiores vultos).merecidamente terá de ter destaque especial, aqueles que viviam quase exclusivamente da pesca . Todos os outros se dedicavam com total empenho. Gente que muito para lá da enorme necessidade que tinham da caça do Pescado.Já que por vezes,esta era a única fonte de rendimento, que entrava em suas casas. Muitas vezes esta era única fonte de rendimento, a sua sobrevivência e dos seu dependentes. Era contagiante notar a maneira como deixavam transparecer uma enorme alegria e o sentimento de paixão e amor que nutriam, fosse pela sã camaradagem, (a partilha) fosse pelo amor ao seu rio Douro.

NÚMERO DE REDES E PESCADORES POR CADA VARGA.
Tempos houve em que Midões e Cancelos chegaram a ter 32 Vargas. Como cada Varga ocupava 4 pessoas, logo 120 pessoas (Homens - Mulheres, Adolescentes e Crianças),que se ocupavam desde meados de Janeiro até fins de Maio. Sendo que depois vários homens continuavam, quando terminava a pesca ao Sável e Lampreia, normalmente no mês de Maio, até fins de Setembro,continuavam a a pesca, utilizando outro tipo de redes e o pescado eram várias espécies de peixe miúdo.

PESCADORES QUE CONTINUAVAM NA PESCA AO PEIXE MIÚDO.
Destes homens destacam-se pescadores, como os Ti´s Jaquim Ferreira( O Garguenteiro),Albano, Carlos e Américo Rouxinóis, Luis Gordinha e Francisco Mota. Muitos outros pescavam dois ou mais anos ,como eu e tantos outros, Jovens e Adultos. Interrompendo, quando se arranjava um trabalho de rentabilidade continuada.

AS ESPÉCIES MAIS APRFECIADAS ERAM O SÁVEL E A LAMPREIA.
Certo que as espécies mais preferidas pelos pescadores e querm as podiam comer económicamente, eram o Sável e a Lampreia. espécies que faziam parte da economias da região. Apreciados e servidos á mesa de muito boa gente.

SAIBA COMO ERAM MANUSEADAS ESSAS REDES E MÉTODO DE UTILIZAÇÃO.
Importa ilucidar como eram manuseadas essas redes e a maneira como eram utilizadas. As redes de arrasto utilizadas para a pesca do Sável e Lampreia só era possivel manuseá -las, utilizando um Barco.

O BARCO VALBOEIRO OU SAVEIRO, SENDO QUE TODOS ELES TNHAM UM NOME PRÓPRIO. Tinha um cumprimento que variava entre os seis e oito metros. Com cerca de 2m de largura, forma abdicada, construído em madeira de pinho e eucalipto.Composto por:- Sagro, Costado, Cavernas, Proa, Coqueiro,Chileira, Taburnos,Toste, Chilote,Terlinga e Draga.Utensilios :- Dois ou mais Remos. Paus de Vela, Bela Bicheiro e Bartedouro. Como nota curiosa. Quando fui para a Marinha e fui estudar marinharia, apenas dois ou três nomes eram usados. O Bartedouro,os Remos, o Mastro e a Vela.

COMO ERAM PREPARADAS AS REDES DE ARRASTO PARA A PESCA AO (SÁVEL E LAMPREIA).
As redes de Arrasto normalmente eram feitas por Pescadores com maior conhecimentos e Arte. O fio era feito de linho, que as próprias mulheres fiavam,com as rocas e fusos, passavam depois para o sarilho, onde ficava em meadas.Estas meadas depois passavam para um novelo,depois para as agulhas de madeira, de madeira também era feita uma forma, para se fazer a malha á medida que em média era de 6o. Para se começar a fazer a peça, haviam 3 maneiras de o fazer; o cabeção,o radial ( que se poderia começar com 3 malhas e o cabresto,todos serviam para iníciar, à peça de rede a confeccionar.

OS ELEMENTOS DE UMA VARGA ERAM QUATRO.
TINHAM REGRAS E HAVIA DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS.
Eram compostos por 4 elementos, homens mulheres e Jovens a partir de tenra idade.Assim se organizava a Companha.
Imprescindível um Barco, o qual tinha de estar matriculado na Hidráulica do Douro.
Teria de ter-se normalmente 8 peças de rede (sendo que cada duas peças mais a pessoa correspondia a um quinhão).Cada peça teria de ter 6,5 braças de comprimento, por 3 braças de largura. Sendo que o total das 8 peças correspondia a uma rede com 140 metros, com 3 braças de altura. Eram ligadas as peças umas ás outras por um fio mais forte.Nas laterais por cordas finas em linho ou algodão, cujo nome eram tralhas,estas eram maiores que as redes para servirem de forcadas, ou melhor para serem depois ligadas a um corda mais grossa chamada tôro. O nome dado aos extremos das redes no sentido de comprimento era cabeções e as cordas que eram ligados a estes forcadas.Ligadas depois de entrançadas aos aludidos tôros de proa e do traste, cordas que tinham o seguinte comprimento. Tôro de proa ligado á furcada tinha 50 metros e o tôro do traste 100 metros. Junto das furcadas era-lhe colocado um cabeceiro (chicharo), que servia de pesquisa para determinar o angulo que a própria rede poderia fazer no percurfso, ao deitar o lanço no tôro do traste. Era feita uma asa, que enfiava numa caverna do barco para nã se soltar casualmente.

TINGINDELA DAS PEÇAS DA REDE DAS VARGAS.
Quando os Panos das redes estavam totalmente prontos,arranjavam-se cascas de Salgueiro, pisavam -se numas pias ou pios, feito em pedra dura. metiam-se dentro de uma Panela de Ferro compradas na Fundição de Crestuma, era cheia de água,era feita uma grande fogueira, depois de bem fervida,a água era metida em grandes gamelas de madeira, onde as redes que tinham side feitas em cru, era mesgulhadas e depois de bem tingidas eram retiradas e colocadas numas forquetas chamadas varais, para que as redes secassem.

ENTRALHAMENTO DAS PEÇAS DA VARGA.
Por cima levava 1 rodela de cortiça,de oito em oito casas era feito um buraco ao meio para enfiarem na tralha superior.
Por baixo com os mesmos espaços levava uma pedra de Xisto, (eram pedra de lousa que se carregavam da Serra da Louseira),arredondavam - se, era-lhes feito um buraco, sendo que no mesmo se enfiava um fio que amarrava á tralha. Para o entralhamento, usava-se uma peça de madeira a que à qual se dava o nome de bitola.

TUDO PRONTO PARA SE DAR INÍCIO Á COMPANHA.
A rede era acomodada sobre a chileira.Os quatro pescadores que faziam parte da Varga, rumavam ao Areio que seria o de Midões, se o Leito do rio o permmitisse ou Areio Dort´s se o Caudal do rio imergisse o Areio de Midões. Se aqui se juntavam as Vargas deste Lugar e de Cancelos no Areio Dort´s juntavam-se ainda os de Rio Mau e Pedorido, sendo que todos pescavam com direito igual.
Aproava-se o barco ao Areio, dois pescadores saíam para terra levando consigo a ponta do tôro da proa, os outros dois começavam a remavar rumo á outra margem de costas para ela (começavam a sacar - "sacar-remar ao contrário").
Começando a largar a rede teria necessáriamente de haver grande cuidado, por parte do elemento que sacava junto ao traste, cabia-lhe a responsabilidade de ver, se a rede que ía entrando na água não caía entrelaçada. Porque se tal acontecesse o lanço ficar irremediávelmente inutilizádo. Pelo areio seguiam os outros 2 elementos, puxando para terra e sempre para a frente as forcadas, para que a rede do seu lado fosse encostada o mais possivel á margem. Isto para que o peixe não podesse fugir ao bater de frente na rede. Os outros dois elementos depois de largar a rede,largavam a corda, atracando ao areio e indo meter a asa num pau espetado no areio. (Chamado Estacão) Depois desta operação folgavam um pouco. Continuava a coordenação entre os 4 elementos, para que o cerco fosse completo com as duas extremidades. A certa altura, seguia-se a operação singer a rede. Os dois que seguiam com o tôro da proa fincavam os pés juntos no areio e íam deslizando, era um esforço grande, normalmente deixavam maracas com regueiras. Quando estava na posição de ser colhida, era dado um berro, dizendo larga, quando tal acontecia já estavam dois elementos a equilibrar as extremidades, ficando assim paralelas,afim de serem colhidas ao mesmo tempo. Largava a corda imediatamente e´dirigia-se ao estacão, chegado lá tirava a asa e corria para o barco trazendo-o o mais possivel para junto do local onde estava a ser colhida a rede. esta operação era feita 2 elementos, enquanto o outro se metia água dentro (já que em tempo não havia galochas (botas de água))e pegava na tralha quer prendia as rodelas de cortiça, segurava-a para cima e levvantava-a para evitar que o peixe que tivesse sido cercado e cada vez mais preso na rede guinasse de um lado para o outro e corresse o cerco de alto abaixo, tentando fugir, o que várias vezes conseguia, quando arrombava a rede.

OPERAÇÃO COLHER A REDE.
Enquanto a rede era colhida, o quarto elemento colhia as cordas e tirava alguns gravatos que estivessedm junto da rede. A rede colhida, tirava-se o peixe, estendendo-o no areio, enquanto 2 dos elementos,davam uma viragem á rede para que ela ficasse ás direitas, para ser novamente metida no barco, procurando detectar ao mesmo tempo qualquer tipo de buraco ou desentralho , ou ainda falta de pedras.

COLHENDO A REDE PARA O BARCO.
A rede era colhida e ficava em feição de ser remendados os buracos, os desentralhos e recolocar as pedras perdidas.

HAVIA UM RESPONSÁVEL PELA VENDA DO PEIXE.
Havia em Cancelos um comprador do peixe, que normalmente a ele os Pescadores de Cancelos vendiam Peixe, contudo algumas vezes vendiam-no no próprio areio, quando tal acontecia o elemento responsável pela venda entrava em negociação com o comprador, normalemnte este, também era responsável pelo livro onde apontava o dinheiro realizado, o qual guardava e depois de tirado o necessário para as despesas de manutenção era repartido de acordo com o que cada um tinha direito.Como exemplo: Vários pescadores não tinham redes, pelo que apenas recebiam meio quinhão, ou seja a totalidade do dinheiro apurado depois de retirado o da despesas era dividido em 8 partes iguais.

OUTRAS REDES QUE ERAM UTILIZADAS PARA PESCAR O MESMO PESCADO A

CABACEIRA
O nome poderá estar relaccinado com a adaptação de duas ou 3 bóias de cortiça,ás quais se dá o nome de cabaceiros (Vulgarmente chamado Chicharo). É necessário meter-lhe estes chicharos (cabaceiros) e uns contrapesos de pedra, para que a rede se mantenha sempre perpendicular. Variava entre os 12 e 15 metros. Tinha um rabo, e dentro deste um outro, que o peixe quando batia na rede,voltava para trás e entrava nesse saco que fechava e não dava para sair. Tinha de ser levantada várias vezes,durante o dia e noite, já que ao entrar Lampreias começava a enrolar, não permitindo a entrada a outros.Na outra extremidade saía uma corda, a qual servia para a amarrar a uma fraga, ou então á pesqueira.As Pesqueira eram construídas pelos proprietário dos terrenos,que quando as não utilizavam alugavam.Recebendo uma quantidade de lampreia a combinar por esse aluguer.Haviam várias a de Santa Cruz,Carneiro, Açorda e a do Atloleiro. As Fragas a da Pica,da Raiva e a de Quebra-Figos.

ARANHÔ OU ARANHUÇO.
Este tipo de pesca era feito em local fixo o mais utilizado era o Remesal em Midôes e o Remoinho em Rio Mau de entre outros. Era necessário uma grande revessa (água a trabalhar ao contrário) o barco ficava de proa para a corrente do rio, a ré com uma corda amarrada aás rochas, para não deixar o barco deslizar.O Aranhô era localizado na proa, a parte que ficava á ssuperficie, era presa com umas cordas ao barco e na outra eram colocados uns calhaus,presos por umas guitas, que ficavam prontas a serem utilizadas pelo pescador. Depois de armado, com a força da água da revessa ficava enfolado. Sentado segurava os tensos, para quando o peixe batesse na rede puxava os contrapesos para o barco e o peixe ficava irremediávelmente cercado.Era uma pesca que exigia uma enorme concentração e paciência. Acompanhei várias noites o meu Pai a pescar no Remesal e muitas delas nem uma picadela dava.

O ALAR.
Eram necessárias muitas estacas de pinho e eucalipto,que espetadas no areio emergido formavam um circo tipo V no sentido da corrente das águas, na maior abertura do cerco entravam as lampreias e no vértice era colocada uma nassa própria, feita de vergas e rede fazendo um arco, para prender as lampreias. Exigia um enorme esforço, mas era basgtante rendoso, já que por vezes se pescava grandes quantidades. Também esta rede foi utilizada primeiro por uma Sociedade de Pescadores de Cancelos e Midões e depois por outros pesacadores.
REDE DE VERÂO - OU DE ARRASTO DO PEIXE MIÚDO.
Também ela exigia um número de 4 pescadores.Homens se destacaram e sempre se dedicaram durante as suas vidas a este tipo de pescaria,uma das razões era a paixão que tinham pelo rio e fazere andar naquilo que gostavam, para eles seria mais de meio sustento.Justo aqui recordar os seus nomes: O Avô Jaquim Ferreira, O Ti Albano, O Ti Carlos Rouxinol, O Tio Luis Gordinha, O Tio Francisco Mota e recem falecido Américo Rouxinol. Muitos e muitos outras pescaram durante dois ou m ais anos, mas ao deparar-se um trabalho mais compensatório, suspenderam esta actividade. Fizeram-no com imensa pena. Mas infelizmente não restava alternativa.

REDE DE ARRASTO - ESCALEIRA.
Era uma rede mais baixa do que a varga, a rede era de pesca ao peixe miúdo,igual á de Verão, pescada por três elementos, como tal a malha muita mais pequena. Levava rodelas de cortiça e chumbo,tralhas, forcadas, tôros e chicharo(cabaceiro) mas mais pequeno. Era utilizada em locais de pouca profundidade.com ela pescava-se o Muge, Barbo,Escalo, Pica, Savelha.CHUMBEIRALevava muito chumbo. Era utilizada para a pesca do peixe miúdo. Utilizada nos tempos de cheias no rio, e nas revessas, nos rios e afluentes. Tinha um formato arredondado,cobria uma área cerca de 10 metros, e uma altura de dois metros e meio e presa a uma corda paróximadamente com 20 metros. Fechada em cima e ía aumentando com a feitura de cambos. O aumento no meio de duas malhas. Era lançada e abria, com o peso do chumbo ía rápidamente assim aberta até ao solo. Depois puxando lentamente pela corda ela ía fechando. Era entralhada e faziá-se umas bolsas, onde o peixe entrava, sendo que várias vezes algum peixe vinha embrunhado na rede. Esta rede era utilizada por muito pescadores.

BARBAL OU MUSGUEIRA.
Durante muitos anos a sua utilização era proibida.
Como o próprio nome indica era princialmente para a pesca do Barbo.Era feita de duas redes, sendo que uma delas era mais larga chamada albitana,o peixe entrava e fazia saco,assim se ganhava tempo suficiente para fazer o cerco. Este cerco normalmente era feito ao meio do rio, utilizavasse um barco e este cerco demorava cefrca de meia hora.PARDELHOSRede de pequena dimensões,colocadas em pontos corrente das águas. são presos para as rochas, levando chumbo, numa das partes laterais e na outra umas pequenas rodelas de cortiça para fazer o equilibrio e lá se deitavam.Normalmente deitavam-se á noite e levantavam-se de manhã. O peixe emanhava e não lhes era possivel saír, porque as barbatanas não lhe pedrmitiam se soltarem.

ESPINHELA

COMO FOI ACABANDO A PESCA DO SÁVEL E DA LAMPREIA!....
O Assoreamento que a partir dos finais dos anos cinquentaAS MEMÓRIAS NÃO SE APAGAM COM O TEMPO- A MINHA HOMENAGEM ÁS EX-COLÓNIAS- PAÍSES AFRICANOS DE EXPRESSÃO LINGUÍSTICA PORTUGUESA.


Areio de Midões - Raiva
Vista do Sr. do Bonfim - Sebolido


Um elo de amor ao rio. A paisagem mostra o Areio de Midões-Raiva do Peso e o Areio D'órt's - Sebolido


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